Como o monitor de colheita influencia no mapa de produtividade
O monitor de colheita é um dos equipamentos que vêm embarcados nas colhedoras mais modernas e serve para fazer o monitoramento georreferenciado

O mapa de produtividade é essencial para o gerenciamento mais eficiente da produção agrícola, ao indicar com precisão as áreas da lavoura que mais rendem. Ele é gerado a partir das informações obtidas por meio do monitor de colheita e outros equipamentos que trabalham de forma conjunta na coleta de dados sobre a produção.
Muitas colhedoras, hoje em dia, vêm com tecnologias embarcadas que permitem fazer o monitoramento georreferenciado da colheita, mas é preciso saber operar o monitor.
Essa operação requer atenção, conhecimento sobre os equipamentos e cuidados durante a sua execução para que o mapa de produtividade seja gerado. Saiba mais neste artigo!
Índice
O que é o monitor de colheita?
O monitor de colheita é um importante equipamento de agricultura de precisão que fornece dados sobre a variabilidade da produtividade agrícola de uma lavoura.
Ou seja, ele mostra o resultado final de todos os manejos realizados, o que é essencial para tomada de decisão por parte do produtor rural na gestão da propriedade.
Por isso, o trabalho com o monitor de colheita deve ser feito da melhor forma possível, a fim de possibilitar que os dados tenham o máximo de qualidade e confiança.
Os dados são coletados com o registro da sua localização pelo receptor GNSS (Sistema de Navegação Global por Satélite), organizados, armazenados e transformados em informação no monitor de colheita.
A frequência de tempo da colheita varia conforme a configuração realizada pelo operador, que define a velocidade da coleta. Desta forma, tem-se uma distância de deslocamento.
A partir destas informações e da largura da plataforma, é feito um desenho retângulo, o que possibilita a área ser calculada, ao multiplicar-se o deslocamento (m) pela largura (m).
No próprio equipamento é feita a conversão do fluxo de massa para peso: mede-se a massa específica ou a densidade absoluta do produto colhido em kg/m3 ou t/m3.
Após a verificação do peso pelo sensor do fluxo de balança, é informado o valor para o monitor de colheita, onde ocorre a conversão para kg/ha ou t/ha.
Cada ponto de coleta é registrado pelo GNSS e é atribuído um valor coletado em cada sensor da colhedora.
O monitor processa os dados com uma cor para cada faixa de produtividade medida e configurada, o que gera o mapa de colheita. Os dados podem ser salvos em cartão de memória ou pen drive e analisados em um computador.

Mapa de colheita mostra a variabilidade na lavoura (Reprodução: Sistema Faeg)
Funções do monitor de colheita
Geralmente, as funções do monitor de colheita são compostas por:
- botões de acesso;
- botões de rolamento;
- tela de toque;
Para iniciar o trabalho no monitor, é necessário seguir estas etapas:
- inserir nome do operador;
- nome do trabalho (tarefa);
- nome da propriedade;
- identificar o talhão;
- identificar a cultura;
- informar a operação (colheita);
- informar a largura da plataforma;
Caso você queira reiniciar um trabalho, é só selecionar as informações do trabalho anterior (nome do operador e nome do trabalho ou tarefa) e colocar as demais informações.
Calibragem do monitor de colheita
Na maioria das marcas, o monitor de colheita deve ser calibrado no ponto zero.
Siga estes passos:
- ligue o sistema de trilha da colhedora;
- ligue a plataforma e abaixe-a na altura de colheita;
- acelere o motor na rotação de trabalho;
- aguarde 30 segundos até o ponto zero se igualar ao número do contador;
- aperte a tecla “atualizar”.
Componentes do sistema de monitoramento de colheita
Conhecer os equipamentos para o mapeamento da colheita é essencial para o operador da colhedora, que possui sensores capazes de ler informações de produtividade e umidade.
Os equipamentos básicos para obtenção de dados da colheita são os seguintes:
- sensor de umidade;
- sensor de fluxo de massa (grãos);
- receptor GNSS;
- monitor de colheita interface com o operador;
- sensor de altura da plataforma;
- sensor de velocidade da roda;
- sensor de rotação de elevador de grãos
Alguns desses equipamentos precisam também ser calibrados.
As calibragens são essenciais para a geração de um mapa de produtividade com dados confiáveis e de qualidade. Veja abaixo como isso deve ser feito.
Calibragem do sensor de umidade
Este equipamento mede a umidade dos grãos, enquanto eles estão passando, por meio do sensor de capacitância – quanto maior o teor de umidade, maior a capacitância.
A calibragem do sensor de umidade deve ser feita com o tanque vazio. Apesar de variar conforme o modelo do equipamento, de forma geral ela é feita dessa forma:
- zere a informação do monitor de rendimento;
- colha uma quantidade e verifique a indicação de umidade no monitor;
- recolha uma amostra de grãos e determine a umidade real;
- informe o valor da umidade real;
- habilite o alarme de umidade;
- estabeleça o nível de umidade máxima e de grão seco (mínima) – quando o valor da umidade estiver acima do valor máximo o monitor emitirá um aviso sonoro.
Atenção para estes cuidados:
- nunca desabilite o alarme de umidade máxima;
- o valor de umidade máxima deve ser maior que a umidade real, porém nunca muito acima;
- quando o alarme soar, verifique se o sensor está sujo ou se outro fator está interferindo no sistema
Calibragem da altura da plataforma
A altura da plataforma varia de acordo com o tipo de cultura a ser colhida. Esta informação é dada no campo apropriado do sistema de monitoramento (localização depende do monitor).
Calibre do sensor de fluxo de massa
Eles devem ser calibrados de modo a alcançar o peso preciso dos grãos e sempre que um novo trabalho é iniciado, devendo ser observado as condições de maturação e tipo de cultura. Siga estes passos:
- esvazie o tanque de grãos;
- acesse o menu calibração;
- zere o peso do monitor de rendimento;
- colha um tanque;
- para o registro de peso;
- pese o tanque colhido em uma balança;
- informe o valor colhido
Cuidados:
- a calibração deve ser feita periodicamente para evitar erros no mapa de produtividade;
- se o monitor informar um peso diferente do peso real, repita a operação de calibragem
Importante também marcar os pontos de interferência da produtividade.
Alguns modelos de monitores permitem que essas interferências sejam marcadas neles mesmos, mas sempre consulte o manual de instruções antes de fazer isto.
As interferências são de vários tipos: formigueiros, buracos, reboleiras com pragas no solo, falhas no plantio, manchas de fertilidade do solo, carreadores, manchas com doenças ou plantas daninhas.
Conclusão
O monitor de colheita e os equipamentos que compõem o sistema de monitoramento devem estar sempre em bom estado de uso para a obtenção de dados de qualidade.
As calibrações citadas acima são gerais. A depender do tipo de equipamento e modelo, podem ser necessárias outras calibrações e formas diferentes de fazê-las.
Por isso, o ideal é sempre seguir o manual do fabricante. Agindo dessa forma, você conseguirá obter mapas de produtividade com dados reais sobre a sua lavoura.
Mário Bittencourt | |
Jornalista, especializado no setor do agronegócio e pós-graduado em Agricultura de Precisão. |
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